Você já fez a análise de ROI. Você já provou para a diretoria que a lentidão da banda larga atual está custando mais caro do que o investimento em um link dedicado. A decisão estratégica está tomada. Agora, como Gerente de TI ou CIO, você enfrenta o desafio mais temido: como migrar a internet da empresa inteira sem derrubar a operação?

Muitos gestores de TI temem a migração de internet — e com razão. Uma transição mal planejada pode paralisar o faturamento, derrubar o sistema de telefonia VoIP (como o PABX em nuvem), interromper o acesso ao ERP na nuvem e gerar um caos operacional.
A boa notícia é que uma migração profissional não é um “salto no escuro”. É um projeto de engenharia com fases claras. Este guia apresenta um plano passo a passo comprovado para uma migração segura, testada e com zero downtime, incluindo planejamento, dimensionamento, instalação paralela e o “plano B” (rollback).
Fase 1: Planejamento e Diagnóstico (Antes de Ligar para a Operadora)
Esta é a fase mais importante e a que 90% das empresas negligenciam. “Chutar” a velocidade necessária é o primeiro erro.

1.1. Análise de Banda Real (Não o que diz seu contrato)
Você precisa medir, de fato, quanto sua empresa consome. O “plano de 500 Mega” da sua banda larga atual raramente entrega isso de forma simétrica.
Ferramentas Essenciais:
- Monitoramento de Rede (PRTG, Zabbix, Datadog): Se você já tem, analise os relatórios dos últimos 30 dias.
- Firewall/Roteador (MikroTik, Fortinet): Use os gráficos de tráfego (throughput) do seu roteador de borda.
- Ferramentas de Teste (iPerf): Para testes de performance internos e externos.
O que Medir (O Checklist de Diagnóstico):
- [ ] Pico de Consumo Diário: Qual é o horário de maior uso (ex: 14h-15h)? Qual a média de Mbps nesse pico?
- [ ] Tráfego de Upload vs. Download: Seus backups noturnos (upload) consomem mais banda que a navegação (download)?
- [ ] Aplicações Críticas: Quantas videoconferências HD simultâneas ocorrem? (Estime 8 Mbps por chamada).
- [ ] Latência e Jitter: A lentidão do seu ERP é por falta de banda ou por alta latência (ping > 80ms) na sua banda larga atual?
Exemplo de Relatório de Diagnóstico:
- Uso médio (09h-18h): 45 Mbps (Download) / 15 Mbps (Upload)
- Pico horário (14h-15h): 80 Mbps (Download) / 40 Mbps (Upload) – (Causa: 5 videochamadas + acesso ao ERP)
- Backup noturno (22h): 25 Mbps (Upload) por 2 horas.
- Conclusão: A empresa precisa de, no mínimo, 40 Mbps de upload simétrico e garantido.

1.2. O Dimensionamento Correto do Link Dedicado
Com os dados acima, use esta regra de ouro: Velocidade Contratada = (Pico de Uso Real x 1.5) + Projeção de Crescimento (25%)
- Exemplo:
- Pico de 80 Mbps x 1.5 (fator de segurança) = 120 Mbps
- 120 Mbps + 25% (crescimento para os próximos 12 meses) = 150 Mbps
- Decisão: Contratar um Link Dedicado Simétrico de 150 Mbps. Isso garante performance no pico e espaço para crescer.
1.3. Mapeamento de Dependências de IP Fixo
Faça um inventário de todos os serviços que dependem do seu IP atual:
- [ ] VPNs de filiais ou home office.
- [ ] Servidores de e-mail ou websites hospedados internamente.
- [ ] Sistemas de câmeras (CFTV) com acesso remoto.
- [ ] Liberações de firewall em clientes ou fornecedores (ex: acesso a um banco).
Esses serviços precisarão ser reconfigurados para o novo bloco de IPs fixos do link dedicado.
Fase 2: Contratação e Instalação (O Processo Físico)
2.1. A Escolha do Provedor (Além do Preço)
Não escolha apenas pelo preço. Compare o SLA (Acordo de Nível de Serviço).
- Exija 99,9% de Uptime: Garante menos de 9 horas de downtime por ano.
- Exija MTTR de 4 horas: Garante que qualquer falha será resolvida em no máximo 4 horas.
- Compare Operadoras: Cote com players nacionais (Vivo, Claro, TIM Corporativo) e provedores regionais de fibra.

2.2. O Prazo de Instalação (Seja Realista)
NÃO CANCELE SEU LINK ATUAL. A instalação de um link dedicado não é como a banda larga. É um projeto.
- Prazo Médio: 15 a 45 dias.
- Por quê? A operadora precisa fazer um projeto de viabilidade técnica (VT) e, muitas vezes, passar um novo cabo de fibra óptica da caixa de emenda mais próxima até o seu escritório. Isso pode envolver obras civis e licenciamento da prefeitura.
2.3. A Instalação Paralela (O Segredo do Zero Downtime)
O técnico irá instalar o novo link (fibra + roteador da operadora, ou CPE) em paralelo com o seu link de banda larga atual. Ao final da instalação, você terá duas conexões de internet ativas no seu rack, mas todo o tráfego ainda estará passando pela banda larga antiga.
Fase 3: Configuração e Testes (A Migração Técnica)
Este é o momento de validar o novo link antes de migrar os usuários.
3.1. Configuração do Roteador/Firewall de Borda (Ex: MikroTik/Fortinet)
Seu firewall de borda precisa ser capaz de gerenciar múltiplos links (Multi-WAN).
- Configure a Nova WAN: Conecte o CPE do link dedicado na porta WAN2 do seu firewall. Configure a nova interface com o bloco de IPs fixos fornecido pela operadora.
- Crie Regras de Teste: Crie uma regra de firewall (policy-based routing) para que apenas o seu computador de TIuse o novo link (WAN2) para sair para a internet.
- Valide a Conexão: Teste a velocidade (Speedtest, etc.), a latência e o acesso aos sistemas. Valide se os novos IPs fixos estão funcionando.

3.2. Configuração de Failover (O Plano B Automático)
Configure seu firewall para que o Link Dedicado (WAN1) seja o principal e a Banda Larga (WAN2) seja o backup (failover).
- Como funciona: O roteador monitora o link dedicado. Se ele detectar uma falha (ex: ping para o Google falhar 3x), ele automaticamente move todo o tráfego para a banda larga em menos de 5 segundos.
- Resultado: Se o link dedicado cair, sua empresa continua operando (mesmo que com menos performance) e você tem tempo de acionar o suporte de 4 horas sem parar a operação.
Fase 4: O “Cutover” (A Virada de Chave)
O “Cutover” é o momento da migração oficial.
4.1. A Janela de Mudança (Planejamento é Tudo)
NUNCA faça uma migração às 14h de uma segunda-feira.
- Agende a Janela: Marque a migração para um período de baixo impacto (ex: sábado à tarde ou após as 20h de um dia de semana).
- Comunique a Empresa: Avise todos os setores sobre uma possível instabilidade de 30 minutos durante a janela de mudança.
4.2. O Processo de Cutover (Passo a Passo)
- Backup: Faça um backup completo das configurações atuais do seu firewall.
- Alteração da Rota Padrão: Mude a rota de saída principal (default gateway) da sua rede, da WAN da Banda Larga para a WAN do Link Dedicado.
- Migração dos Serviços de IP Fixo: Altere as regras de NAT (Port Forwarding) dos seus servidores internos (CFTV, VPN, etc.) do IP antigo para os novos IPs fixos.
- Atualização de DNS: Altere os registros DNS públicos (ex: e-mail, site) para apontar para os novos IPs. (Faça isso 24h antes, com o TTL baixo, para uma propagação rápida).
4.3. O Plano de Rollback (Seu Paraquedas)
O que fazer se algo der terrivelmente errado?
- O Plano: Se, após 30 minutos de testes, a nova conexão apresentar problemas críticos (ex: o ERP não conecta), você simplesmente reverte a rota padrão no firewall de volta para a banda larga antiga.
- Resultado: A operação volta ao normal em 5 minutos. Você pode agendar uma nova janela para corrigir o problema, sem estresse e sem prejuízo.

Fase 5: Pós-Migração e Otimização
5.1. Validação (A Semana Seguinte)
Nos primeiros 5 dias úteis, monitore ativamente:
- A performance (latência e uso de banda).
- O feedback dos usuários-chave (o ERP está rápido? O VoIP está limpo?).
- Os logs do firewall (há alguma tentativa de conexão sendo bloqueada indevidamente?).
5.2. Descomissionamento (Cortando o Custo Antigo)
Somente após uma semana de operação 100% estável no novo link dedicado, ligue para a operadora de banda larga e cancele o serviço antigo. Manter a banda larga como backup é uma opção, mas se o seu link dedicado tiver um SLA de 99,9% e você tiver um plano de contingência 5G (como um plano empresarial TIM), ela pode ser desnecessária.
5.3. O Papel de uma Consultoria Especializada
O Grupo OC gerencia todo esse processo para você. Nossa equipe de engenharia realiza o diagnóstico, negocia com os provedores, desenha a arquitetura de failover e executa o cutover em uma janela controlada, garantindo uma migração de banda larga para link dedicado com zero downtime e o melhor custo-benefício.

Conclusão
A migração de banda larga para link dedicado não é uma simples troca de cabos; é um projeto de atualização de infraestrutura crítica. Quando executado com um planejamento técnico detalhado – diagnóstico, instalação paralela, testes rigorosos e um plano de rollback – o risco de downtime é eliminado. O resultado é uma empresa que opera com a velocidade, a estabilidade e a segurança que o mercado de 2026 exige.
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